A investigação em castanheiro tem tido como principal objectivo melhorar a resistência às doenças, as principais ameaças que afectam ainda hoje para as espécies europeia e americana, respectivamente Castanea sativa e Castanea dentata.
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Cancro do castanheiro
Relativamente ao cancro do castanheiro, ainda que no âmbito do melhoramento se estejam a dar os primeiros passos, todo um trabalho de estudos epidemiológicos e de genética do fungo têm sido desenvolvidos, no âmbito de projectos de investigação, desde a década de 90 do século passado. Estes trabalhos permitem conhecer com rigor a situação ao nível da distribuição do fungo em todo o país (Machado et al., 2001; Bragança et al., 2008), assim como o estudo de factores envolvidos na dispersão e incidência da doença nas zonas mais afectadas de Trás-os-Montes (Bragança et al., 2009). Os resultados destes trabalhos mostraram que temos no país uma diversidade genética ainda baixa, mas com um potencial grande para aumentar. Se este facto é um entrave na luta biológica, o facto de se ter detectado dominância de um dos grupos de compatibilidade vegetativa, assim como a ocorrência de hipovirulência natural (um fenómeno pelo qual o fungo perde agressividade), veio trazer alguma esperança no controlo da doença (Bragança et al., 2007). O desenvolvimento dos diferentes trabalhos, no âmbito dos diferentes projectos de investigação desenvolvidos nas duas últimas décadas serviu ainda para evidenciar uma das fraquezas das estruturas de investigação, e que tem a ver com o facto de não se encontrarem disponíveis campos de pés-mãe com pedigree e devidamente acompanhados quanto ao seu comportamento biológico e quanto ao seu potencial produtivo.
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Programa de cruzamentos controlados
Para ultrapassar estas dificuldades, foi iniciado em 2006 um programa de cruzamentos controlados entre C. sativa e as espécies Asiáticas, resistentes à tinta e ao cancro, C. crenata e C. mollissima, com o objectivo de juntar no mesmo genótipo os genes de resistência das espécies Asiáticas e a qualidade do fruto das espécie. O objectivo destes cruzamentos foi também constituir o material de base para os estudos e pesquisa e identificação de genes e alelos relacionados com a resistência às doenças da tinta e cancro.
A micropropagação vegetativa
É uma técnica utilizada para a produção de plantas em grande escala. É habitualmente designada por clonagem de plantas e baseia-se na produção de milhares de plantas a partir de apenas uma planta-mãe. A planta-mãe é escolhida de acordo com as características desejadas pelo cliente/indústria transformadora, posteriormente é submetida a diversos testes de qualidade e tratamentos de desinfeção de modo a garantir a sua qualidade fitossanitária. Dá origem a milhares de plantas e assim sucessivamente obtendo-se deste modo uma produção com crescimento exponencial que pode ser obtida num curto espaço de tempo e em pouco espaço físico.
É realizada em laboratórios especializados o que permite definir a quantidade a produzir, tempo de produção. Tem capacidade de produção anual de cerca de 50 mil plantas. Atualmente o Viveiro do Esperão produz essencialmente plantas de castanheiro, através da via seminal ou de propagação vegetativa, adaptadas a uma vasta gama de situações, fruto de um programa de melhoramento genético, com mais de 10 anos.
O Viveiro Esperão comercializa plantas para todo o país.